quinta-feira, 2 de abril de 2009

Raposa-Serra do Sol: uma decisão histórica e pedagógica


A demarcação contínua da reserva indígena Raposa-Serra do Sol recém homologada pela Suprema Corte, por dez votos contra um, permite uma riquíssima discussão. Os temas variam de acordo com os multifacetados focos de interesses de cada setor envolvido: grileiros, militares, indigenistas e. índios, em suas diversas etnias. Pouco se duvida de que a Amazônia é o grande paraíso dos grileiros que, no caso dessa reserva, são generosamente chamados de arrozeiros por nossa mídia pouco atenta, complacente. Tampouco é desconhecido o fato de que o índio foi historicamente dizimado e encurralado praquelas bandas, tangido pelas armas e pelas doenças do invasor branco. A isolada defesa dos grileiros feita pelo ministro ”periférico” Marco Aurélio Mello levou em consideração paranóias militares sobre uma iminente invasão do território nacional por forças estrangeiras. Como se a experiência da reserva Ianomâmi, bem maior e fronteiriça, não tivesse mostrado o contrário. E como se as forças armadas não tivessem livre acesso a qualquer parte do território nacional. Paranóias que reforçavam a promiscuidade entre políticos de Roraima e invasores de terras públicas. Ombro a ombro com agressores do meio-ambiente e assassinos de índios. A área da Raposa-Serra do Sol corresponde a apenas 7,7% do território de Roraima e abriga mais de 190 comunidades dos povos macuxi, taurepang, patamona, ingaricó e wapichana. Cerca de 18 mil índios habitam a região. A contínua integridade territorial ajuda a preservar a cultura indígena e combate políticas indigenistas ultrapassadas que impõe o “aculturamento” dos índios. Como se os índios nascessem sem cultura. Para o líder indígena Júlio Macuxi, a decisão do STF “é boa para o povo brasileiro” porque regulamenta nacionalmente a questão da demarcação das terras indígenas. E porque permite um resgate cultural que inclui uma contribuição efetiva para o desenvolvimento sócio-econômico da região. Para Júlio, será o fim da violência física e psicológica e as pressões de ampla natureza que há muito aterrorizam os povos dali.

Fonte: Boletim H S Liberal.

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